
Quando o túmulo foi aberto novamente, em 1813, para receber o corpo do pai das jovens, as urnas de chumbo estavam no chão, sendo que não havia nenhum sinal de arrombamento. O mesmo ocorrera em 1816, quando fora aberto para o enterro de um primo: e mais uma vez os caixões estavam em posições diversas diferentes de como estiveram colocados pelos coveiros e familiares. Os caixões estavam bagunçados. O de Thomasina, por exemplo, era tão pesado que oito homens o carregaram no enterro. Mesmo assim ele estava encostado na parede, de pé.

Por ocasião do funeral seguinte, em 1817, toda a cidade já sabia dos mistérios da cripta envolvendo caixões movediços. Uma multidão apareceu no enterro de mais um membro da família Chase a fim de conferir se a lenda era, mesmo, uma realidade. O susto foi generalizado: quatro caixões estavam deslocados de maneira estranha. Em 1819, o governo de Barbados decidiu selar o mármore que fecha a cripta, uma vez que a história dos caixões movediços já criava uma histeria coletiva. Falava-se em mortos-vivos, zumbis e pessoas enfeitiçadas pelo vodu – prática recorrente no Caribe.

Dizem que ruídos eram ouvidos dentro do mausoléu, o que assustava a população mais ainda, que temia em Christchurch uma invasão de zumbis. O governo local decidiu abrir a cripta, que estava selada com cimento, e constatou que os caixões pesadíssimos estavam revirados mais uma vez. O caso chegou até a Inglaterra, onde Arthur Conan Coyle, criador do renomado personagem Sherlock Holmes, escreveu em jornal duas possibilidades sobrenaturais: (1) os corpos estarem se revolvendo em protesto por conta dos caixões de chumbo, o que impede a putrefação natural; (2) manifestações estranhas porque um dos membros da família Chase, ali enterrado, havia cometido suicídio – que naquela época era visto como uma atitude totalmente antirreligiosa e imoral. Por fim, em 1822, o governo de Barbados decidiu pôr fim à histeria coletiva e enterrou os corpos na terra, em sepulturas comuns, e esvaziou o misterioso mausoléu dos ricos plantadores de cana.

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