Vivemos tempos em que a proliferação de obras sobre temáticas esotéricas tornou-se moda. Isso tem no seu aspecto positivo o despertar de muitas das consciências adormecidas para o "Verdadeiro Caminho da Iniciação", mas também tem muito de negativo por fomentar as mais diversas formas de psiquismo, com todas as suas nefastas influências. A temática dos Mundos Subterrâneos ou Intraterrenos não tem sido (felizmente) dos temas mais populares pelos "escritores de hipermercado" que proliferam hoje em dia, pois a esses lhes interessa mais o lucro fácil a qualquer preço, e este assunto não é dos mais vendáveis. E também porque não é fácil ter conhecimento direto ou indireto sobre tão nobre tema, pois as "portas" estão abertas para poucos.
No entanto ao longo da História pôde-se registrar uma plêiade de personalidades de excelsa sapiência (essas sim, conseguiram "ter as portas abertas") que, de forma mais ou menos velada, explanaram este assunto de modo a possibilitar que "quem tivesse olhos para ver, ouvidos para ouvir e coração para sentir", pudesse abrir as portas dos Mundos Internos tanto do próprio como da própria Terra, pois "o que está em baixo é como o que está em cima, e o que está em cima é como o que está em baixo". Temos assim de forma mais romanceada ou filosófica: Francis Bacon, que na Nova Atlântida fala-nos da Ilha Branca, Morada dos Bem-Aventurados, que não se alcança senão pelo mar ou pelo ar, simbolizando a existência dum Centro Espiritual Primordial.
Thomas Moore, que na Utopia faz menção a uma região desconhecida que denomina Utopia altamente organizada e liderada pelo Rei Utopos onde as instituições e as leis eram sábias e justas, diferentes das existentes na face da Terra.
Tommaso Campanella, que na Cidade do Sol aborda temas muito semelhantes aos referidos na Utopia, falando de uma cidade desconhecida existente no alto dum cume onde existe uma sociedade altamente desenvolvida alicerçada na harmonia e na ordem.
Bulwer Lytton
James Hilton, que Horizonte Perdido fala-nos de uma região inóspita nos Himalaias que denomina Shangri-La onde impera a harmonia e evolução interior e exterior, e em que seus habitantes descobriram o "elixir da longa vida", podendo ler-se no seu livro que «perder Shangri-La uma vez é procurá-la toda a vida».
James Hilton
Duma forma mais esotérica e direta, temos: Helena P. Blavatsky, que nas suas inúmeras obras mas mais concretamente em Ísis Sem Véu e A Doutrina Secreta, fala-nos dum Colégio de Sábios que denomina como Fraternidade Branca responsável pelo Governo Oculto do Mundo, assim como de vários túneis que proliferam no interior da Terra ligando locais tão díspares como os Andes, na América do Sul, aos Himalaias, onde na vizinha Mongólia, no Deserto de Gobi identifica a existência de Shamballah.
Ferdinand Ossendowski
Alice Bailey, através da qual Djwal Khul Mavalankar, o Mestre Tibetano, fala-nos de Shamballah como Lugar Sagrado e Sol Central do Planeta donde irradia a Luz que ilumina as consciências e encaminha a evolução dos habitantes da Terra, além de outras inúmeras referências.
Mário Roso de Luna
E finalmente – os últimos são os primeiros – Henrique José de Souza (JHS), aquele que para nós desenvolveu de forma mais sublime esta temática, não deixando de falar claramente sobre os Mundos Internos. No seu livro O Verdadeiro Caminho da Iniciação, fala-nos que o País para onde Noé se dirigiu, segundo a Tradição, era um local subterrâneo, cujo nome até mesmo se parecia com o de "Barca", ou seja, Agharta. «Como se vê, "arca" ou "barca" teve um sentido muito mais profundo que a Lei ainda não permitiu desvendar totalmente».
Raymond Bernard
Devemos então indagar: será que todos tiveram uma imaginação fértil, ou realmente há algo mais do que aquilo que usualmente conhecemos da Terra e dos seus habitantes?
Nicholas Roerich
Pensamos que sim, pois, como se costuma dizer, "não há fumo sem fogo". Senão vejamos:
Ao nível científico, devemos perguntar: se tendo a superfície da Terra cerca de 508 milhões de quilômetros quadrados, e se esta correspondesse ao que é unanimemente aceite, como poderá pesar apenas seis sextilhões de toneladas? Segundo cálculos perfeitamente comprováveis, o seu peso teria que ser muito maior! Mas não ficamos só por aqui. À luz da Ciência, voltamos a perguntar: o que origina as auroras boreais? Como se formam os icebergs, uma vez que são constituídos de água doce? O que produz as marés do Ártico, assim como a existência de rochas e areias? Para onde vão as raposas, lebres e ursos durante o Inverno glaciar, que são observados ao Norte da Groenlândia?
Alexandra David-Neel
Porque o vento norte no Ártico fica mais quente quando se navega para o Norte, para além dos 70 graus de latitude? Porque se encontram sementes tropicais, plantas e árvores congeladas dentro das águas doces dos icebergs? Porque os pássaros tropicais e outros animais emigram mais para o Norte no Inverno, onde a sobrevivência raia o impossível por não existir alimento possível?
Pensamos que só à luz da Teurgia portadora da Sabedoria Iniciática das Idades tais perguntas, que a Ciência ainda não pôde ou não quis responder, poderão ser respondidas, admitindo a tese da Terra Oca com orifícios nos Pólos, tese esta que faz parte dum conhecimento ministrado no silêncio ou reserva dos Santuários secretos. Sendo assim, facilmente conclui-se que a Terra constituiu originalmente uma bola de matéria incandescente sendo que uma parte dessa matéria ficou em suspensão no centro, mais tarde dando origem a um Sol interior, enquanto a força centrífuga, criada pela rotação sobre o seu eixo, empurrou os materiais sólidos para a periferia formando a crosta compacta. A concavidade interior comunica-se com o exterior através das embocaduras polares, sendo aquecida e iluminada pelo Sol central do planeta, justificando assim as auroras boreais geradas pelo «choque» do mesmo Sol interior com os Pólos magnéticos exteriores. Nessa concavidade interior situa-se, encaminhando-se paulatinamente para o centro, o Mundo de Badagas, seguindo-se o Mundo de Duat e, finalmente, o Mundo de Agharta, com um com sete Cidades principais (3 Mundos x 7 Cidades cada = 21), sendo a 22.ª Shamballah (o Sol Central).
Curioso no Tarot existirem 22 Arcanos Maiores!... Este é um assunto que explanaremos mais à frente neste estudo. Não custa então admitir que no interior do planeta resida uma civilização extremamente avançada, assim como a existência duma flora e fauna muito próprias que justificam as migrações de animais e aves referidas anteriormente. Uma prova da tecnologia avançadíssima dos povos intraterrenos é a existência dos Ovnis, ou os que na tradição oriental são designados por Vimanas. Muitos investigadores acham que provêm de outros planetas, mas à luz do aqui exposto isso parece-nos errado, pois a probabilidade de seres com aparência antropomórfica de "cabelos louros" provirem de outros planetas é ínfima, sendo muito mais fácil admitir a sua origem no nosso planeta.
Vamos ainda referir a existência de lendas e tradições em todos os povos e culturas diferentes que apresentam pontos comuns, apesar da enorme distância que os separa, como a referência a um lugar misterioso, morada dos Deuses, situado numa ilha ou montanha, ou a memória de um local donde provieram os seus antepassados, que mantém-se oculto, onde permanecem ainda esses Seres espirituais dotados de poderes sobre-humanos. Também é referido que quando as nações da Terra necessitassem o conhecimento desses Seres ou Guias adviria para a sua utilização, além de que a sua localização é referida em locais no interior de montanhas, grutas, torres ou castelos. Respigando alguns desses "mitos" podemos referir na Grécia o Monte Olimpo, na Índia o Monte Meru, na Palestina Canaã, no Tibete Shamballah, em Portugal a Ilha de São Brandão, na América do Sul o Paititi e o Eldorado, na Escandinávia Asgard, na Bretanha Avalon, a "Ilha das Maçãs" ou "Pomos d´Ouro" para onde partiu o Rei Artur, onde a morte não existe, além de inúmeras outras referências.
Paititi
De certa forma estabeleceu-se no inconsciente coletivo da Humanidade a existência de um Paraíso perdido para nós, Terra da Felicidade e da eterna Luz onde o sofrimento e a velhice não são conhecidos. Como podemos observar as referências são universais, o que leva-nos a concluir que é real a existência desse "Centro da Terra", Paraíso ou Sol Interior que é na verdade Shamballah, a "Mansão dos Deuses", Morada do Rei do Mundo que controla e dirige toda a evolução da vida quer no interior como no exterior da Terra, sendo também aí que se encontram as Hierarquias Criadoras, os Arquétipos da Humanidade. Sendo que nesses Mundos a evolução está muito mais avançada que no nosso, estão os seus habitantes organizados socialmente de um modo sinárquico e sendo o Rei do Mundo o cume da pirâmide hierárquica.
Asgard
A Sinarquia impede a existência de votações, ou partidos políticos ou religiosos, porque tal não é necessário, visto haver uma regulação pela lei trina das funções da Natureza e pelo primado orgânico da hierarquização natural. Tudo e todos em justiça e honestidade ocupam os seus lugares em ordem ao equilíbrio espiritual, individual e coletivo, ou seja, social e planetário, logo numa abrangência universal, por isso AGHARTA É O MUNDO DOS JUSTOS E PERFEITOS, O REINO DAS ALMAS SUPERADAS. É interessante que uma das chaves dos alquimistas na elaboração da Grande Obra, era a obtenção do elemento VITRIOL, Visita Interiora Terrae Rectificando Invenies Occultum Lapidem – "Visita o Interior da Terra, retificando encontrarás a Pedra Oculta". Não existe uma analogia evidente com aquilo que temos referido? Realmente existe, por haver uma similitude de relações entre o microcosmo e o macrocosmos, o que se confirma quando alguém pretende realizar uma prática espiritual recolhendo-se em meditação no seu Sanctum-Sanctorum, no imo do seu próprio Ser que é a parte mais dura de cada um, logo, o melhor do nosso Ser está no interior! Então, analogamente o melhor do planeta (que é o corpo de manifestação de um Ser extremamente mais evoluído) está no seu interior, podendo assim relacionar-se os estados de consciência alcançáveis na prática da meditação com os estados de consciência existentes nos "Mundos Subterrâneos", consoante a sua maior interiorização.
BIBLIOGRAFIA
Monografias da Comunidade Teúrgica Portuguesa.
Henrique José de Souza, O Verdadeiro Caminho da Iniciação.
Raymond Bernard, A Terra Oca.
Helena P. Blavatsky, Ísis Sem Véu e A Doutrina Secreta.
Alice Bailey, Iniciação Humana e Solar e Um Tratado sobre Magia Branca.
Ferdinand Ossendowsky, Animais, Homens e Deuses.
René Guénon, O Rei do Mundo.
Saint Yves d´Alveydre, Missão da Índia na Europa.
Francis Bacon, A Nova Atlântida.
Thomas Moore, A Utopia.
Tommaso Campanella, A Cidade do Sol.
Júlio Verne, Viagem ao centro da Terra.
Bulwer Lytton, A Raça futura.
James Hilton, Horizonte perdido.
Henrique José de Souza, O Verdadeiro Caminho da Iniciação.
Raymond Bernard, A Terra Oca.
Helena P. Blavatsky, Ísis Sem Véu e A Doutrina Secreta.
Alice Bailey, Iniciação Humana e Solar e Um Tratado sobre Magia Branca.
Ferdinand Ossendowsky, Animais, Homens e Deuses.
René Guénon, O Rei do Mundo.
Saint Yves d´Alveydre, Missão da Índia na Europa.
Francis Bacon, A Nova Atlântida.
Thomas Moore, A Utopia.
Tommaso Campanella, A Cidade do Sol.
Júlio Verne, Viagem ao centro da Terra.
Bulwer Lytton, A Raça futura.
James Hilton, Horizonte perdido.
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