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sexta-feira, 23 de março de 2012

Rapaz que disse ter sido torturado por militares pode ser preso se polícia comprovar que ele mentiu


O caso do rapaz de 22 anos que disse ter sido torturado por militares do Exército na Vila Cruzeiro, na madrugada de 10 de março, está sofrendo uma reviravolta. Se for comprovado que ele foi coagido por traficantes e que não houve envolvimento da Força de Pacificação, o jovem pode passar da condição de vítima a indiciado, por denunciação caluniosa, com pena prevista de até 24 anos de prisão.
Como identificou três militares em duas sessões de reconhecimento na base da Força de Pacificação do Complexo do Alemão — na semana passada e anteontem —, o rapaz pode responder pelo crime, que prevê pena de 2 a 8 anos de reclusão, para cada um dos militares indevidamente reconhecidos.
Após o último reconhecimento, nesta quarta-feira, a polícia levantou a hipótese de que ele teria sido intimidado por traficantes e que a acusação de militares seria uma ação orquestrada pelo crime organizado que ainda atua na Vila Cruzeiro. A suspeita foi reforçada pelas contradições apresentadas no seu depoimento, na 22ª DP (Penha).
— Ele continua sendo tratado como vítima, mas precisa esclarecer as contradições apresentadas no seu depoimento. Ele vai ser ouvido novamente, para darmos a oportunidade para que ele se retrate de declarações que são inverídicas — disse o promotor Jorge Augusto Lima Melgaço, da Justiça Militar, que acompanha os inquéritos policial e militar.
Polícia enumera contradições
A polícia enumera as contradições no depoimento. Ele disse à polícia, por exemplo, que foi algemado com algema de metal numa árvore e levou choques durante a sessão de tortura, praticada por militares. Alguns deles, encapuzados. Só que o Exército não utiliza algema de metal nem bastões de choque entre os seus armamentos não-letais.
— Os militares ficam aquartelados. É improvável que tenham saído da Força de Pacificação para conseguir esses instrumentos — argumentou o promotor, lembrando que a bagagem de todos os militares foi revistada.
A adolescente de 16 anos, namorada da suposta vítima, disse que um dos militares atirou no momento da abordagem. O jovem disse que não houve tiros. No segundo reconhecimento, ele identificou um dos militares. Em seguida, o suspeito foi colocado no meio de outro grupo. E, na segunda ocasião, não foi identificado.
— Não há como darmos o mesmo crédito que ele tinha no começo das investigações — completou o promotor.
“Tenho certeza que foi o Exército”, diz jovem
O jovem se defende, mantendo a versão de que foi torturado por militares. E descarta a possibilidade de que teria sido torturado e coagido por traficantes. Ele fraturou o braço direito e sofreu escoriações nos pulsos, segundo laudo do IML. Segundo a polícia, o exame comprovou que houve tortura.
— Eu reconheci o soldado. Ele estava entre os cinco militares que me abordaram. Só que o delegado colocou ele outra vez e eu não sabia que era para falar que ele estava ali de novo. Tenho certeza que foi o Exército. A polícia vai continuar com as investigações e a verdade vai surgir — garantiu.


Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/rapaz-que-disse-ter-sido-torturado-por-militares-pode-ser-preso-se-policia-comprovar-que-ele-mentiu-4388655.html#ixzz1pwoNKq00

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