O secretário-geral da CGTP considerou hoje que as privatizações anunciadas pelo Governo fazem parte de "um roubo organizado", que prejudica o desenvolvimento do país sem contribuir para a resolução dos seus problemas económicos.
"O que está no memorando da 'troika' como uma necessidade imediata é um negócio, é um roubo organizado", disse Manuel Carvalho da Silva referindo-se às privatizações anunciadas pelo executivo.
O sindicalista falava no final de uma tribuna pública contra as privatizações, promovida pela CGTP na baixa lisboeta.
"Fazer privatizações agora é vender a preço de saldo"
"Fazer privatizações agora é vender a preço de saldo", afirmou Carvalho da Silva acrescentando que o valor das privatizações previstas ascende a cerca de 7 mil milhões de euros, o que dará apenas para cobrir os juros de um ano do empréstimo da divída portuguesa.
O líder da Intersindical lembrou ainda o importante papel que as empresas públicas tiveram no desenvolvimento do país prestando serviços à população do interior que de outra forma nuna lhe teriam acesso.
"Algumas das empresas que vão ser privatizadas é que levaram a energia elétrica a muitas aldeias do interior do país, os transportes ou a distribuição do correio", salientou.
Perda de dinheiro e desertificação do país
Segundo o sindicalista, a privatização das empresas públicas vai fazer o Estado perder o dinheiro dos impostos que elas pagam e contribuir para desertificação do país sem resolver os problemas económicos do país.
Durante a tribuna pública contra as privatizações, dezenas de sindicalistas ou membros de comissões de trabalhadores deixaram o seu testemunho sobre as situação das empresas onde trabalham.
Carvalho da Silva pegou numa dessas intervenções para lembrar "o Estado não mete dinheiro na TAP desde 1997, embora se fale nisso todos os dias".
Os participantes da tribuna aprovaram uma resolução em que pometem lutar contra as privatizações e dinamizar uma petição para entregar na Assembleia da República.
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