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quarta-feira, 13 de junho de 2012

Mitologia Fenícia

A Fenícia localizava-se em uma estreita faixa de terra limitada ao norte pelo Golfo de Issus, ao sul pelo monte Carmelo, a leste pelo Mediterrâneo e a oeste pela cadeia do Líbano. As ruínas fenícias mais antigas datam do século VII a.C.

Os fenícios faziam parte de uma vaga de povos semitas que se estabeleceram progressivamente em Canaã. Deve-se ressaltar que se produziu uma fusão do elemento semítico e outros povos racialmente diversos como os egípcios, asiânicos, egeus e outros elementos autóctones. Os próprios fenícios intitulavam-se cananeus e até suas colônias como o Cartago, se designavam assim, ainda na época de S. Agostinho.

A Fenícia era constituída de aproximadamente 25 cidades sendo Sídon, Tiro, Ugarit e Biblos as mais conhecidas.




A população das cidades era constituída em grande parte, de numeroso proletariado urbano que se dedicavam à diversas ocupações industriais. Em algumas cidades fenícias encontraremos colônias estrangeiras. Marinheiros e mercadores, que percorriam mares e terras distantes, completavam o cosmopolitismo dos portos fenícios. A população rural vivia sob rigorosa opressão e tinham de entregar ao Estado a quarta parte de seus produtos.

A Religião Fenícia

Existe uma tríplice fonte para o estudo da religião fenícia; o Antigo Testamento, os autores antigos gregos e latinos e as descobertas arqueológicas.

Segundo o A.T. a religião fenícia aparece-nos condenada pelo monoteísmo hebraico por causa de sua abominável idolatria. Como exemplo, temos o dramático e vitorioso desafio do poeta Elias as sacerdotisas de Baal introduzidos por Jezabel, a princesa de Tiro.

Sobre os autores antigos destaca-se o trabalho de Fílon, escritor grego, nascido na Fenícia no ano 42 de nossa era.

Das escavações arqueológicas os textos de Ras Shamra constituem as principais fontes sobre a religião fenícia.

Ao estudarmos a religião fenícia, necessário se faz a distinção de duas épocas diferentes: a primeira que nos é descrita pelas tabuinhas de Ras Shamra, remonta ao II milênio a.C e a segunda é a chamada baixa-época e mostra-nos a religião fenícia já sob a influência grega.



Os deuses descritos nesse achado arqueológico versam principalmente sobre a antiga cidade de Ugarit. Através dos textos de Ras Shanra encontramos na origem do panteão fenício os deuses característicos dos asiânicos que precederam na Fenícia, como no resto da Ásia Ocidental, a chegada dos semitas.

No cimo deste panteão está El-Dagon que possui atribuições de presidir o curso dos rios e anunciar as chuvas. Em segundo lugar, temos o deus Baal, cujo nome significa o senhor ou mestre, é um deus determinado, das alturas, da tempestade, do raio e também das chuvas, tanto as benfazejas como as devastadoras. Aliyan, filho de Baal, regia as fontes subterrâneas e os cursos d’água. Anat, virgem guerreira era irmã de Aliyan. Mot, senhor do sol do meio-dia, era destruidor de toda a vegetação e deus dos infernos.

Na Baixa Época

Os fenícios chamavam seus deuses de Alonim – plural de EL que significa deus - ou Baalim – plural de Baal, que significa senhor. A denominação Baal além de designar o grande deus Baal dos textos de Ras Shamra era também empregada para designar separadamente os nomes dos deuses de diversos lugares, assim como, Melqart é o baal de Tiro.

Melqart significa o deus da cidade. Os autores gregos e as inscrições bilíngües assimilaram-no a Héracles. Propagado pelos tírios, o culto de Melqart teve adeptos em Chipre, Egito e Cartago.

Dagon era o Baal do litoral fenício. Há relatos desse deus através das histórias de Sansão e era cultuado principalmente em Asdod.

Eshmun, deus de Sídon foi identificado pelos autores gregos com Asclépios.
Em Gebal e em Beirut prestava-se culto a uma Baalat (feminino de Baal). A deusa Gebal, Asthart, era a personificação da fecundidade, deusa da maternidade e da fertilidade, a deusa-mãe.


(Baal e Asthart)

Além de seu deus protetor, cada cidade Fenícia possuía outras divindades nacionais e estrangeiras, principalmente mesopotâmicas, egípcias e gregas. Ao lado do culto aos deuses propriamente ditos, os fenícios veneravam as montanhas, as águas, as pedras e as árvores sagradas. Estas eram consideradas habitações dos deuses.

Os Cultos Fenícios

Os santuários fenícios eram construídos de preferência em lugares elevados. O templo consistia essencialmente em um recinto sagrado situado em pleno ar livre e possuindo, ao centro, uma capela ou uma pedra sagrada. Diante da capela ou da pedra havia um altar para os sacrifícios. Uma fonte e um bosque completavam o ambiente.

Nesses templos existia um numeroso clero dividido em diversas categorias de acordo com as funções desempenhadas. Encontramos assim, os adivinhos que proferiam oráculos, os barbeiros sagrados, encarregados de cortar o cabelo dos que o dedicassem aos deuses, dentre muitas outras ocupações. O pessoal dos templos era completado pelos discípulos dos dois sexos que se dedicavam as práticas de magia sexual.

Os fenícios ofereciam a seus deuses sacrifícios de animais como bois, cervos, bodes e cordeiros. Havia igualmente libações de óleo, leite e vinho.

Quando em declínio dessa civilização chegou-se a praticar o sacrifício humano, especialmente de crianças recém-nascidas.

Vida Além Túmulo

Os fenícios acreditavam na vida após a morte. A alma humana separada do corpo levava uma vida sem prazeres e nas sombras. A sobrevivência da alma, entretanto, estava intimamente relacionada com a sorte do cadáver, daí as precauções tomadas para a conservação do mesmo. Sepultavam-no com objetos de uso corrente do morto, tais como lâmpadas, vasos e joias. Para evitar a profanação dos túmulos procuravam lugares escondidos, abrigados, poços profundos e cavernas. Os epitáfios, ao mesmo tempo em que asseguravam a ausência de quaisquer tesouros nos sarcófagos, continham sérias ameaças e maldições contra os que ousassem profanar a paz do morto.

Os fenícios adquiriam o hábito, certamente por influência dos egípcios, de mumificar seus cadáveres mais importantes.
A religião fenícia estava desprovida do conceito de recompensa ou castigo no além, relacionados com o procedimento na vida terrena. As práticas religiosas visavam conciliar a boa vontade e a proteção dos deuses para uma vida longa e feliz neste mundo.

Princípios do Tempos

A cosmogonia fenícia explica-nos a formação do universo a partir de uma espécie de caos aquoso, formado por uma mistura de ar vaporoso e água turva, o que deu lugar à formação de limo, ou barro, do qual nasceria a vida; embora isso sucedesse depois de uma imensidade de tempo. E é que o princípio de todas as coisas foi o tempo: "o tempo cósmico que abraça tudo nele."

Uma série de eventos diferenciados que, por meio da escuridão e do desejo, chegaram a confluir no mais recôndito do mundo - uma vez que houve “tempos” fizeram possível o advento da vida-. O último em atuar foi o Sol que, com o seu calor, separou a água do barro e a nuvem do ar, o qual fez possível a origem do diverso e, além disso, o início do que chama-se criação. O ruído ensurdecedor, semelhante ao trovão, e a luz cegadora, similar à do raio, despertaram todas as criaturas -tanto os machos como as fêmeas - que até a essa altura permaneciam em letargia, as quais correram assustadas e se espalharam pela face da Terra para, assim, a povoarem.

Lavraram os campos e, ao princípio, adoraram como deuses os próprios frutos que a terra lhes dava. Com o passar do tempo, descobriram o fogo, cobriram-se com roupagens desenhadas por eles próprios, inventaram a escritura sobre tábuas de argila e sobre papiros e, de novo com o tempo como aliado, descobriram o poder da magia e os principais remédios contra o veneno de muitos répteis.

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